6 de abril de 2011

Marta Pedro, arquitecta portuguesa radicada em Tóquio, vence Prémio Fernando Távora 2011

Um projecto de viagem de investigação com o título “A Song to Heaven ou o Japão Sublime em Frank Lloyd Wright: Da viagem de 1905 ao legado na arquitectura moderna japonesa” valeu à arquitecta Marta Navarro Pedro (n. Coimbra, 1980 e radicada em Tóquio desde 2005) o Prémio Távora 2011, uma bolsa no valor de seis mil euros, lançada pela Secção Regional do Norte da Ordem dos Arquitectos (OA/SRN).

A vencedora é licenciada pelo Departamento de Arquitectura da Universidade de Coimbra (2005) e trabalha actualmente em Tóquio, onde se radicou em 2005, sendo professora convidada na Universidade Meiji. Na capital japonesa, Marta Pedro colaborou com o atelier do arquitecto Toyo Ito. Em Coimbra, trabalhou no projecto do Pavilhão para o Jardim de Santa Cruz, em colaboração com Cecil Balmond. 


Com “A Song to Heaven ou o Japão Sublime em Frank Lloyd Wright”, Marta Pedro propõe-se realizar uma viagem de estudo dos edifícios e lugares que marcaram a obra e o legado do arquitecto norte-americano no Japão, e a influência que ele deixou na arquitectura moderna neste país.



O Prémio Távora 2011 foi anunciado esta noite, na Câmara Municipal de Matosinhos, no decorrer duma sessão cujo programa incluía uma conferência pelo arquitecto espanhol Luís Moreno Mansilla, com o título “Un paseo por la mirada”. Mansilla é um dos membros do júri do prémio deste ano, ao lado do realizador Manoel de Oliveira, como convidado, dos arquitectos João Mendes Ribeiro (em representação da Casa da Arquitectura, em Matosinhos), e Margarida Vagos Gomes (OA/SRN), e ainda de António Magalhães Basto (por indicação da família Távora).



No texto em que justifica o prémio, e depois de enaltecer o número – 36, o mais elevado desde que a bolsa foi criada – e “a qualidade da generalidade das propostas concorrentes, pelo potencial que encerram como propostas de investigação no âmbito da arquitectura”, o júri afirma que o projecto de Marta Pedro se distingue dos restantes “por evidenciar, tal como na obra de Fernando Távora, a síntese (possível) entre tradição e modernidade, através da leitura da obra de Frank Lloyd Wrigth no Japão. Esta viagem transcende o tempo e o espaço para nos propor uma dimensão híbrida entre a arquitectura tradicional japonesa e a história da arquitectura moderna, traduzida de forma clara na arquitectura intemporal de Frank Lloyd Wright”.



O Prémio Távora foi criado em 2005, pela OA/SRN, em homenagem à obra e à lição de Fernando Távora (1923-2005). Nas edições anteriores, foram premiados projectos dos arquitectos Armando Rabaça, Cristina Salvador, Maria Moita, Sílvia Benedito e Nelson Mota. 



Marta Pedro fará a apresentação do resultado da sua viagem de investigação numa conferência a realizar em Matosinhos a 3 de Outubro, Dia Mundial da Arquitectura.

in PÚBLICO, 4 Abril 2011