7 de julho de 2009

Paula Rego entre os 200 maiores artistas plásticos do século XXI , no Reino Unido

Na listagem publicada no suplemento Times2, de 8 de Junho, do diário britânico, a lista é encabeçada pelo pintor espanhol Pablo Picasso, com 21587 votos. Seguem-se Paul Cézanne (21098 votos), Gustav Klimt (20823), Claude Monet (20684), Marcel Duchamp (20647) Henri Matisse (17096) Jackson Pollock (17051) Andy Warhol (17047) Willem De Kooning (17042) e Piet Mondrian (17028).

Paula Rego, que desde 1976 vive em Londres, obteve 2695 votos. No texto que acompanha o quadro, o suplemento Times2 refere que Nicholas Serota, director dos museus Tate, considera que a pintora portuguesa pegou «nas suas experiências de infância, memórias, fantasias e medos» e deu-lhes «um significado universal».

Um total de 1,4 milhões de pessoas votou ao longo de 16 semanas na consulta Times/Saatchi criando uma lista que aparentemente surpreendeu os próprios organizadores da consulta, por subverter a «hierarquia» dos artistas plásticos comummente admitida.

«Vários artistas parecerão grandemente sobrevalorizados. O que é faz Martin Kippenburger no Top 20, classificado acima de Rothko, Schiele e Klee?», escreve-se num artigo que acompanhou a publicação da lista no ‘The Times'. O mesmo autor, não identificado na versão online do artigo, questiona também o 19º lugar de Frida Kahlo, e explica-o, dizendo que ela «representa provavelmente o voto das mulheres». Também o 8º lugar de Andy Warhol, «que selou os modelos do pós-modernismo», é considerado uma espécie de distorção face, por exemplo, ao 3º lugar de Gustav Klimt, descrito como um pintor «delicioso», mas «sobretudo decorativo». «Preferimos uma pintura bonita a uma multiplicidade de ideias?», interroga-se o articulista que adianta vários outros exemplos.

O artigo regista também uma clara preferência pela pintura em detrimento da escultura, com o primeiro escultor Constantin Brancusi a aparecer em 16º e considera que «os resultados mostram uma forte inclinação para o primeiro modernismo, para estilos e experiências que tiveram cerca de um século para se estabelecerem entre as sensibilidades outrora ultrajadas, formando os sedimentos profundos do gosto. Os artistas do Top Cinco estão todos mortos há pelos menos 50 anos», remata o articulista.